Casa bagunçada

Quando se faz uma mudança, é difícil identificar quais as prioridades na organização. Pois tudo está fora do lugar, precisa ser arrumado, organizado, determinado o local que irá ficar e demora um tempo para as coisas entrarem em ordem.

Como diz um velho ditado: “não dá para fazer omelete sem quebrar os ovos” e também é lógico que “dois erros não fazem um acerto”.

Pense comigo. Aqui em Roraima, depois de quatro anos em uma casa, onde não tinha boa administração, verbas foram desviadas e o maior responsável pela casa era surdo, cego e paralítico, não conseguia raciocinar direito e seus principais administradores eram de má índole.

É fato que quando o gato dorme, os ratos fazem a festa. Assim os cabeças gastaram com outras propriedades, tinham muita roupa chique, carros chiques, dinheiro no exterior; porém, os súditos, os trabalhadores, os educadores, médicos, guardas, enfim, os indispensáveis para a casa funcionar bem, estes rastejavam, sem salários, doentes, mal-educados, vítimas da bandidagem à solta, carentes do básico, o que fez a desordem se tornar um caos total.

Mas como não há mal que não tenha fim, os anos se passaram e nova esperança surgiu. Entraria um novo governante e a mudança foi feita.

Acontece que em um caminhão de mudança, tudo vai junto; as panelas junto com os objetos pessoais, o fogão, com o sofá e a cama, as roupas com a prataria etc. Nesta bagunça total, entraram os que antes não funcionavam, estavam corrompidos pela corrupção e eram colaboradores presentes na total desordem que a casa havia se tornado.

Ai fica minha indagação: será que quando foram arrumar a bagunça, não conseguiram identificar aqueles que só desviaram e nada de bom fizeram, ou será que “tem como remendar pano novo com trapo velho?”

Pois, quando a nova casa foi montada e começaram a aparecer a cara daqueles que antes eram condenados por ter feito errado, e agora ignorado seu passado estavam felizes no presente.

Qual não foi a surpresa dos espectadores, os que pagaram tão caro pelo show, ao comprovar que o espetáculo só mudou de nome, mas os artistas e o figurinos são os mesmos?

Quanta decepção... Será que não sabem que não adianta colocar leite novo em jarra azeda, pois com certeza, o leite todo azedará?...

No entanto, como a maioria dos brasileiros é honesta e quer acreditar, enxergando o outro pelo próprio espelho, pensamos que ainda é o começo e muita coisa pode ser melhor. Tomara que o governante enxergue a tempo e consiga separar o joio do trigo; afinal, o povo acordou e sabe realmente o que é bom para si e está afim de lutar para que o bem aconteça.

Não merecemos as mesmas figurinhas repetidas que não preenchem a necessidade do povo e só a própria ganância doentia.

Esta casa precisa ser arrumada de verdade, com transparência e dignidade, e lutaremos por isto.

*Escritora, psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna.

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