INCLUSÃO ESCOLAR
Incluir é algo que virou moda, existe em
vários temas de artigos universitários e faz parte da pontuação de muitos
estudantes para atingirem metas escolares. No entanto, poucos já se
perguntaram, o porquê é preciso que haja inclusão?
O tema é muito vasto e desproporcional para
as reformas maquiadas que são feitas em quase
tudo; afim de que esta tal inclusão aconteça. Por isso não tem como ser escrito
aqui, as diversas ramificações da inclusão e assim vou me deter na inclusão
escolar.
A escola é um direito primordial de todos,
certo?
Errado, pois se ela fosse, não seria
preciso se falar em inclusão; visto que a inclusão seria pensada, antes mesmo
da escola surgir. E havendo inclusão, seu destaque é totalmente desnecessário.
Mas até uma data, dia 14 de abril, se
tornou o dia nacional da inclusão escolar. Pois, precisa ter desde um banheiro
acessível, uma rampa adequada, uma maçaneta, uma carteira, um balcão, um
corrimão, uma lixeira, um piso tátil e tudo que o desenho universal determina
para que todos tenham direito de ir e vir com segurança, usando com autonomia,
quaisquer ambientes da escola. Isto é acessibilidade escolar; mas será que isto
é inclusão?
É caro leitor, inclusão é bem mais,
inclusão é mudança de comportamento, é entender que a pessoa com deficiência na
escola, antes de tudo é alguém que está lá para aprender e merece ser ensinada
com todas as condições que uma pessoa sem deficiência, lá recebe.
Não adianta a arquitetura ser acessível,
se os profissionais não tiverem sensibilidade para ensinar os diferentes, com
materiais escolares totalmente adequados, respeitando o tempo e a limitação de
cada um.
A
criança que enxerga, ouve e não possui deficiência motora ou cognitiva,
tem os livros didáticos preparados para elas, logo no começo do ano letivo.
Assim lhes pergunto:
-Aqueles alunos que possuem deficiência
visual e cegueira total, recebem livros ampliados, em braille ou digitalizados,
conforme suas necessidades?
- os surdos possuem todos os materiais em
libras e intérpretes em sala de aula?
-As adequações para quem tem deficiência física
e intelectual, existe de fato e de direito, com apoio pedagógico, cuidador,
professor auxiliar e adaptação curricular?
As respostas certas para estas perguntas acima, são comprovações do quanto a
inclusão escolar está muito longe de acontecer. Já que a sensibilidade por
parte de gestores e professores, não ocorre e com isso a maquiagem,
"inclusão de faz de conta", continua, muito mais em prol das verbas
que são destinadas à educação especial; do que em prol da valorização das
pessoas que realmente precisam dela.
Para haver inclusão é necessário, principalmente a participação das pessoas com
deficiência em sua construção, como prioriza a lei: "Que nada seja feito à
pessoa com deficiência, sem a participação dela".
E outro ponto, tão importante quanto este;
é que a empatia aconteça. Visto que, a partir do momento que pessoas sem
deficiência se colocarem no lugar daqueles acometidos de alguma limitação.
Pensarão formas eficazes de acessibilidade com sensibilidade em todos os
âmbitos, tornando pouco a pouco, uma escola inclusa, onde a palavra inclusão
cairá em desuso.
Vera Sábio
Psicóloga, palestrante,
servidora pública, escritora, esposa, mãe e cega
com grande visão
interna.
CRP: 20/04509
cel. 991687731
Comentários
Postar um comentário