CONHECENDO OS SENTIDOS
No ponto de vista biológico, somos
detentores de 5 sentidos: olfato, audição, paladar, tato e visão.
Eu descrevi nesta ordem, pois para mim o
valor de todos, é igual; mesmo que cada
um, considere mais importante, aquele sentido que lhes falte, ou o possui com
certa dificuldade.
No entanto o sentido mais primitivo é o
olfato, visto que o bebê rejeita alguns cheiros, ainda dentro do útero materno.
Vindo logo após, ou até na mesma intensidade, a audição, fazendo já na sua
formação, o bebê reconhecer a voz materna, depois o gosto e o toque da mamãe e só
posteriormente, o reconhecimento pela visão, bem turva no inicio da vida.
Estou fazendo este relato, para
proporcionar as pessoas que enxergam e são leigas a respeito do valor e
capacidades das pessoas cegas; que percebam o quanto o sentido da visão é falho
e superficial.
Posso olhar uma linda flor; mas se eu não
toca-la, não saberei se ela é verdadeira ou artificial.
Vejo os alimentos na geladeira; no
entanto, se eu não os cheirar, não
saberei se estão bons ou estragados.
Admiro e elogio a beleza de um prato bem
ornamentado; todavia se eu não provar, não saberei se aquela comida tem o
paladar que me agrade.
Vejo a habilidade de uma orquestra e os
olhos lacrimejantes pela emoção da música. Porem Se eu não a ouvir, não compreenderei
o porquê daquela emoção.
Desta forma, lhes afirmo que posso ouvir,
sentir, cheirar e tocar e com isto a visão, muito desejada, é na pratica bem
substituída, pelos outros sentidos bem mais analíticos do que ela.
Não digo que uma pessoa cega de nascença,
consiga entender concretamente o que é uma cor vermelha, um olhar brilhante, a
beleza de um beija-flor ou de um luar. Mas na pratica diária, a visão não é tão
necessária como os demais sentidos. E esta compreensão é extremamente importante,
na quebra de preconceitos a respeito de uma pessoa cega.
Aquele que perde a visão, a partir da
adolescência, é menos prejudicado, devido a memória visual que lhes proporciona
o conhecimento das cores e tudo que anteriormente enxergou.
Todavia, independente do tempo em que uma pessoa
ficou cega; ela precisa utilizar bem os
outros sentidos que tem, agradecendo, reabilitando e explorando-os o máximo
possível.
Com credibilidade e oportunidades, a pessoa
cega pode ter uma vida autossuficiente, produtiva e capaz.
Assim a maior limitação, não somente da
pessoa cega, mas de qualquer pessoa com alguma deficiência; não está na
ausência de alguns de seus
sentidos, e sim. Na
falta de políticas públicas eficientes, na falta de punições adequadas para
quem desrespeita os direitos das pessoas com deficiência e principalmente na
conscientização das capacidades da pessoa com deficiência e de quanto estes
preconceitos precisam ser extintos, no respeito as diferenças e valorização de
cada ser humano como único e cheio de todos os dons que os torne capazes.
Vera Sábio
Psicóloga, palestrante,
servidora pública, escritora, esposa, mãe e cega
com grande visão
interna.
Compre meu livro
"Enxergando o Sucesso com as Mãos", entrando em contato
comigo.
( 991687731)
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