QUANTO MAIS SEGURA MAIS ESCAPA


    A modernidade é repleta de leis para tudo, porem esta evolução, não é suficiente para resolver conflitos intrínsecos, mudanças de pensamentos, alinhar os pensamentos com as atitudes e gerar outra realidade.
    Não sei até que ponto a dor é capaz de revolucionar uma população e proporcionar pensamentos diferentes daqueles que foram impregnados por um regime político, uma cultura e uma maneira que sempre foi vivida.
    Da mesma forma que as evidências comprovam que a paz não aconteceu com a lei do desarmamento, que países comunistas muito mais oprimem e escravizam, do que trazem algum tipo de igualdade social; que a liberdade de atravessar a fronteira não garante vida melhor, nem para os estrangeiros que aqui chegam e nem para nós que aqui estamos.
    Enfim, para quem ainda não percebeu, estamos vivendo uma grande guerra. Temos refugiados, mortes, fome, assassinatos, contrabando de armas e drogas, facções melhores organizadas e com aumento de componentes; pessoas brasileiras se passando por venezuelanas para culpar quem ainda não se envolveu com o crime, etc.
    A guerra que era para pelo menos por enquanto ser somente na Venezuela, onde deveriam se organizar, juntarem as forças e derrubarem o sistema. Está rapidamente se alastrando para o Brasil, atingindo de cheio Roraima que é a divisa.
    Não adianta os paliativos de campanhas e mais campanhas, para diminuir a fome. Campanhas estas que por sinal, eu também ajudo e não sou contra, afinal brasileiro teve e tem o espírito solidário.
    Mas o certo é que com isto, os homens fortes da Venezuela não lutam em sua pátria, simplesmente fogem para o Brasil, aumentando a crise do nosso país e deixando o Maduro em paz no canto dele.
    Nós por sua vez, já tínhamos dificuldades grandes na saúde, educação e segurança; também não temos políticos exemplares que não corrompem a nação e desvia as verbas destinadas para os respectivos fins. Por isso, sofrem eles e também, sofre bem mais nós.
    É notório de que, muito mais importante do que alimentar o corpo, é preciso alimentar a consciência, capacitar a população Venezuelana para luta em prol do futuro, da paz, da democracia e da liberdade. Mas isto não acontece, pois não há tempo para pensar, quando se tem que encher a barriga primeiro e quando os que amamos estão morrendo de fome.
    É como ter uma mão cheia de areia, quanto mais segura, mais ela escapa.
     No entanto, por mais terrível que seja, visto que a guerra é terrível mesmo. É preciso ter coragem e determinação para lutar.

     Nós do Brasil temos nossas próprias necessidades e  não possuímos condições para  acomodar e ter espaço e dignidade para todos os Venezuelanos em nosso país. A vinda dos homens venezuelanos, uns fortes, uns armados, uns estudados. São forças indispensáveis para mudar o rumo da história da Venezuela. Virem para cá, só deixam as mulheres e crianças vulneráveis lá e aumenta ainda a morte dos mais indefesos.
    Esta entrando mais de 800 pessoas venezuelanas, por dia, em Roraima. Assim lhes pergunto, quem ficará lá para lutar com o poder do Maduro e retomar o direito de serem venezuelanos com paz, alegria e dignidade.
    Não acontece paz neste sentido, se a luta, a coragem, a garra, a disposição de enfrentar a morte, não for retomada.
    Vera Sábio
Psicóloga, palestrante, servidora pública, escritora, esposa, mãe, e
cega com grande visão interna.
cel: 95 991687731
e-mail vera.sabio@tjrr.jus.br

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