ABUSO DE PODER

Sou alguém que minha inclusão social e profissional, somada com meu discernimento e minha consciência livre das amarras do poder e do assistencialismo, me permite refletir sobre as desigualdades sociais e o abuso de poder, tão presente sobre a exclusão social existente de diversas maneiras neste Estado e nesta cidade; de um modo principal me detenho nas pessoas com deficiências, e mais especialmente entre os companheiros de mesma deficiência que a minha; "os cegos e de baixa visão".

Embora acredito que muitos já estão cansados de ler sobre este tema, mas a liberdade de expressão não deixa minha voz calar, e sinto que não posso ser vencida pelo cansaço e muito menos pelos poderosos, que já se sentem incomodados com minhas indagações, tentando assim me barrarem de maneira desonesta e sorrateiras; já que seu poder político e corrupto, jamais seriam capazes de chegar a um diálogo honesto com uma pessoa aparentemente "nada", que sou eu perante eles.

Quero deixar este desabafo aqui registrado, pois pelos rumos em que as coisas se encaminham, provavelmente ou me calo, ou busco na polícia, que nem sei a que ponto é confiável, para me proteger contra estes poderes capazes de eliminar de qualquer forma quem cruzarem seus caminhos.

Diz já um velho ditado que: "só atiram pedras, em árvores que dão bons frutos". E nesta confiança em Deus e na minha luta, ei de ter forças para continuar.

De todos os meus lamentos, o mais profundo é ver que o poder sobressai a deficiência de uma pessoa, que eleita para defender os excluídos e totalmente desprivilegiados por suas limitações, principalmente aquelas que a fez chegar no poder; acreditando que ela seria a voz daqueles que são calados pela deficiência auditiva; sofrem igualmente como os cegos que não conseguem ver os seus feitos; a não ser as ilusões que agora coloca em uma pessoa com deficiência visual, para que esta se volte contra mim, na promessa que teremos "prédio,  condições, professores e tudo mais que já tivemos anteriormente", se me tirarem da frente e deixar que esta parlamentar guie seus passos; "passos" estes inocentes e iludidos por promessas, que meu conhecimento e analise desta política imunda e excludente não permite que eu ainda acredite.

Querem dar munições a uma "cega" totalmente despreparada, para atirar em mim, sendo que na verdade este tiro nunca me atingiria, visto que nunca precisei da associação dos deficientes visuais para nada, sempre a ajudei por total gratidão a Deus e a minha família que me permitiram a inclusão pessoal, social e profissional, sem qualquer dependência de outro ambiente que não seja os que todas as pessoas sem deficiência possam frequentar; os quais sempre frequentei.

Mas por saber através da estatística que temos em Roraima mais de 18 mil pessoas com deficiência visual; dados estes, que me deixam inconformada pois por mais que tente, ainda não consegui encontrar 10% desta população, e isto faz eu pensar; "qual o verdadeiro objetivo desta quantia tão grande"?

Sabe-se que pelo "Plano Viver Sem Limites", do Governo Federal,existem muitas verbas destinada as melhorias e inclusão em todas as áreas das "pessoas com deficiência"; o que coloca em dúvida esta "imediata bondade " em ajudar esta população que só aparece nas estatísticas.

Chegaremos logo mais um ano eleitoral, onde dinheiro para campanhas é o que com certeza não irá faltar neste Estado, e há de se pensar, de onde virá este dinheiro que sempre dominou nossa gente sofrida e iludida, ou mesmo fácil de ser corrompida; o que se comprova pelos políticos que temos; para a política deste ano?

Quantos não querem pegar uma pessoa com deficiência e colocar uma fatia do bolo do "Plano Viver Sem Limites", nas mãos?

Bom será se eu estiver errada, mas isto se comprova em cada atitude realizada, onde contra fatos não há argumentos.

Quem tiver "olhos" vejam, "ouvidos" ouçam, "discernimento" pensem e "coragem", lutem, andem, busquem, toquem e descubram as injustiças que estão embaixo do próprio nariz.

A Convenção da ONU com poder Constitucional chama-nos ao compromisso, onde "nada deve ser realizado para as pessoas com deficiência, sem a  colaboração dos com deficiência que saibam dos seus direitos e deveres e possam construir a acessibilidade e a inclusão de acordo com suas necessidades".

Quantas pessoas com deficiências tem esta consciência e realmente estão colaborando na inclusão daqueles que ainda não conquistaram o espaço que estas já possuem?

Os governantes podem não pensar nas associações e não fazer nada por elas; porém tem o compromisso de fazer acontecer a inclusão de todas as pessoas com deficiência que existem. E onde estão acontecendo estas inclusões?

Será nas escolas, onde as pessoas com deficiência tem direito de estarem, mas sem qualquer condições de permanecerem, aprenderem, se desenvolverem e acabam exclusas dentro da escola?

Será na saúde, onde se um surdo precisar de um atendimento urgente, poucos são os locais que possuem intérpretes em libras para entenderem suas necessidades, da mesma forma que não há espaço acessíveis para os deficientes físicos?

Deve ser na segurança, onde as pessoas com deficiência são mais vulneráveis aos assaltos, a discriminação, ao preconceito, e a todo tipo de violência?

Mas em fim, a mobilidade é respeitada, os ônibus são acessíveis, os taxe lotação param para qualquer pessoa com deficiência, as calçadas são fáceis para qualquer cego andar sozinho; e os acidentes de transito não vitimizam mais e mais pessoas, as tornando com deficiência a cada dia?

Desculpem minha ironia, mas é a mesma quando ouvi que sem a minha"presença", tudo será resolvido... Puxa como eu sou importante!

"Durante a tempestade, elimine um "pingo", e me contem se a água para de inundar tudo"...

  Vera Sábio

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