NINGUÉM É DE NINGUÉM

Um dos problemas mais frequentes, frustrantes e doloroso do ser humano, é o apego que sentimos.

Apegar-se é considerar seu, sentir-se dono e querer egoisticamente só para si; o que na verdade não lhes pertence.

Podemos ter objetos, dinheiro, animais,  imóveis e móveis. No entanto as pessoas mais intimas como filhos, irmãos e pais. Mesmo que sejam ligadas pelo sangue, pelos traços, pelos costumes e pela obediência, não permanecerão juntas pelo apego, sendo livres pelo amor.

Precisamos aprender amar se não quisermos sofrer demais pelo apego adquirido, deixando a vida passar nas sombras da insatisfação.

O apego retira a sensação de liberdade, a vontade própria de agir em busca dos sonhos; tornando aquele que é apegado,  um possessivo constante.

Quando o apego se trata de pais com filhos; a falta de confiança se destaca, não permitindo que o amor lhes ofereça o conforto do retorno, porem com a liberdade da saída. Aconselhando sempre os filhos para seguirem o melhor caminho; todavia, deixando que eles realizem o percurso.

O apego referente aos cônjuges, transforma lares agradáveis em locais indesejáveis. Pois as cobranças e explicações de todos os passos dados fora do lar; demonstra que mesmo se o outro fez bem feito o que deveria, não é o que importa, pois ele sempre precisa fazer do jeito que o outro quer.

A partir da conscientização de que ninguém é de ninguém, o amor floresce, fazendo com que a cada dia a liberdade com responsabilidade se apresente mais linda. Assim a vontade de fazer o outro feliz, proporciona a própria alegria; trilhando os caminhos sugerido pelo outro, não por uma obrigação, mas por satisfação e cumplicidade. Revelando com as ações que amar é bom demais, é leve, suave, livre e duradouro.

 Vera Sábio
Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega
 CRP: 20/04509

vera.sabio@tjrr.jus.br

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