AMAR É VIGIAR, PODAR E APOIAR

As crianças com sua doçura angelical e seu espírito puro e desprovido das malícias do mundo. Tem muito mais a nos ensinar do que podemos imaginar.

Lembro do jeitinho que meu filho tinha de fazer amizades, em sua primeira infância. Bastava que qualquer pessoa respondesse seu cumprimento, que logo queria traze-la e me apresenta-la; dizendo que era seu amigo.

Normalmente brincava o tempo que pudesse com outro "amiguinho", sem se quer saber o nome dele, seu nível social, intelectual, cultural, parentesco ou outro requisito; que nós adultos precisamos conhecer para depois aos poucos, reconhecer o outro como amigo.

Este mundo infantil realmente é mágico, regado pelo afeto ingênuo, onde o que mais importa é brincar, brincar e brincar; até dormir como um anjo, sem quaisquer preocupações.

Todavia para que isto aconteça, é indispensável a proteção familiar que possibilite a esta criança, todos os seus direitos respeitados e cumpridos.

Assim também, por lembrar destes direitos, resolvi escrever sobre o assunto.

Sabemos que a infância por mais gostosa que seja, passa muito rápido; chegando a adolescência, onde os cuidados com os filhos precisam ser duplicados.

Infelizmente é comum verificar o tanto que adolescente tem facilidade de mentir, ao perceber que seus cuidadores, ao estarem cansados dos estresses do dia a dia; param pouco, afim de verificar as amizades dos adolescentes, onde eles estão, os horários que voltam para casa e principalmente o que tanto eles fazem quando ficam trancados no quarto ou não estão juntos com a família.

Por isto, muitas vezes os cuidadores aceitam tudo que os adolescentes  falam como verdade, sem uma verificação e grandes preocupações e trabalho em investigar.

Fomos adolescentes, porem ao termos que lidar com eles, esquecemos o quanto na nossa época, fugíamos dos estudos, inventávamos desculpas para possuir o que gostávamos, tínhamos amigos e paqueras escondidos; e quando não nos deixavam fazer o que queríamos, usávamos de chantagem barata, para obtermos o que desejávamos.

No entanto, recebíamos maiores obrigações, castigos, penalidades e vários limites que nos colocavam no caminho do bem.

Os limites são extremamente necessários para todo o crescimento.

Se as plantas precisam de podas nas horas certas, possibilitando uma boa produção. Saibamos que com nossos adolescentes, isto não é diferente.

Nem um adolescente consegue chegar a vida adulta com sucesso, saudáveis e responsáveis; se não houver podas adequadas.

Portanto, amar requer muito mais do que carinhos e gentilezas. Amar é um processo de doação, resignação, cuidados e diversas vezes sofrimento.

É trabalhoso demais amar. Para isto precisamos verificar os passos,  estar de olho, andarmos juntos e colocarmos no lugar do outro. Entendendo que faríamos se fosse nós, naquela idade e com aqueles hormônios.

Amar é vigiar, podar e apoiar.

Se os cuidadores, pais ou responsáveis pelos adolescentes, percebessem o que os adolescentes podem fazer e agissem antes deles. Não haveria várias adolescentes grávidas ou que já praticaram aborto; tantos adolescentes no mundo da marginalidade, fugitivos de casa e dos estudos e envolvidos com drogas.

Pais e responsáveis, está na hora  de parar e pensar sério sobre a vida dos nossos adolescentes. Verificar suas amizades, a veracidade do que falam, os grupos virtuais, suas navegações na internet; os lugares, as companhias e ambientes que frequentam.

Sendo para eles, bons  exemplos a serem seguidos. Pois as palavras convencem, porem os exemplos arrastam.

Todos os adultos são partes do sucesso e fracasso dos adolescentes; refletindo sempre  nos jovens, adultos, idosos e toda a próxima população.

 Vera Sábio
Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega
 CRP: 20/04509

vera.sabio@tjrr.jus.br

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